2024 é o ano da governança climática.
Se 2023 foi o ano mais quente da história, com tragédias intensificadas pela mudança do clima e prejuízos bilionários no mundo inteiro, este é o ano da governança climática.

Para as empresas, isso se desdobra em muitos pontos: identificação de fontes de emissão de gases de efeito estufa, discussão sobre dupla materialidade (de impacto e financeira), integração e atualização dos sistemas de gerenciamento de risco corporativo com dados climáticos, atualização de planejamento estratégico com oportunidades climáticas, reportes baseados em padrões globais.

A lista não para por aqui, mas já dá uma ideia da realidade que se impõe aos negócios. Tudo isso junto e misturado passa a ser o toque da sustentabilidade como diretriz estratégica. É um novo contexto inteligente, inovador, desafiador e com o condão de decidir a sobrevivência das companhias e das instituições financeiras no longo prazo.

Vejamos o setor financeiro, começando pelos bancos. Em janeiro de 2020, fiquei impressionada com o relatório do Banco das Compensações Internacionais (BIS), também conhecido como “o banco central dos bancos centrais”, sobre o Cisne Verde.

Imagine uma crise financeira global causada por fatores climáticos que não constavam em sistema de gerenciamento de risco algum porque fugiam da regra usual da materialidade/impacto.

Eis o motivo da minha empolgação: esse relatório desenhou literalmente qual seria o tratamento adequado a ser dispensado ao tema da sustentabilidade no mundo financeiro – nada mais, nada menos, que a provedora de capital natural sem a qual não há economia.
O BIS continuou avaliando risco climático e publicou mais quatro relatórios. O Banco Central do Brasil incluiu a dimensão sustentabilidade na Agenda BC#, publicando pacote regulatório que incorpora riscos ambientais, climáticos e sociais na estrutura de governança, no sistema de gerenciamento de riscos e nas divulgações dos bancos brasileiros.

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