Aposta no hidrogênio verde brasileiro começa a avançar.
Considerado vital para o cumprimento da meta de limitar o aquecimento do planeta em 1,5º C, conforme estabelecido pelo Acordo de Paris, em 2015, o hidrogênio verde (H2V), produzido exclusivamente a partir de fontes renováveis de eletricidade, já gerou pelo menos 1.418 projetos no mundo. Em estágios variados de desenvolvimento, eles envolvem investimentos em torno de US$ 570 bilhões até 2030.

Os números fazem parte do último relatório do Hydrogen Council, que reúne 145 grandes empresas globais nas áreas de energia e transportes, e são relativos a 2023. De acordo com o documento, a Europa concentra a maior parte dos projetos (540) e de investimentos (US$ 193 bilhões) previstos, com foco no uso do H2V como combustível veicular.
A América Latina, embora com muito menos projetos, deve receber o segundo maior volume de investimentos (US$ 85 bilhões), com plantas dedicadas principalmente à exportação de H2V.

A consultoria Thymo Energia estima que os projetos destinados ao Brasil — em torno de 20 — deverão chegar a US$ 28 bilhões, equivalentes a 8% do total mundial. O que não se discute é a preferência da instalação das plantas na Região Nordeste, especialmente nos polos de Pecém (CE), Suape (PE) e Camaçari (BA), onde a geração de energia eólica e solar segue em franca expansão.
A produção ainda é cara, mas, à medida que ganhar escala, o custo vai cair, explica Amanda Schutze, coordenadora do FGC Clima, da Fundação Getulio Vargas-SP.

O projeto mais avançado é o da petroquímica Unigel, já instalado em Camaçari, que está investindo US$ 1,5 bilhão para incluir no seu portfólio tanto o H2V quanto a amônia. A expectativa é produzir 100 mil toneladas/ano do primeiro e 600 mil toneladas/ano da segunda, a partir de 2027.

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