Brasil precisa recuperar terreno e avançar na corrida pelo hidrogênio verde.
Entre a expectativa e a realidade, o Brasil está ligeiramente atrasado na corrida pelo hidrogênio verde. Países como Chile, Estados Unidos, Arábia Saudita e Austrália definiram arcabouço regulatório e criaram incentivos para o setor.
Mas ainda é possível correr atrás do prejuízo.
Há, porém, outras pedras no caminho do H2V brasileiro, como o preço. A consultoria Thymos calcula que, em todo o mundo, o valor do combustível tenha de cair 50% para ser capaz de competir com o gás fóssil – ou seja, que atinja os US$ 2 [cerca de R$ 10] por quilo de hidrogênio.
Outro empecilho é o custo dos equipamentos que fazem a eletrólise. De acordo com a Thymos, eles teriam de diminuir em 75% para o combustível ser competitivo. Como é improvável que reduções desse patamar se concretizem, o mercado deve acabar pagando um “prêmio” pelo hidrogênio verde, por se tratar de um combustível limpo.
Enquanto isso, os projetos brasileiros tentam caminhar. O Brasil tem mais de 40 projetos de H2V em busca de certificação que os qualifique a exportar para a União Europeia – um dos mercados mais interessados no hidrogênio brasileiro – e outros países (isso se os interesses do lobby fóssil não atrapalharem os planos). As tratativas são feitas pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), que coordena, em nome do Brasil, um grupo de 11 países que estão definindo essas regras.
A maior parte das iniciativas brasileiras está no Ceará, próximas ao porto de Pecém. A área é considerada estratégica por conta do terminal que permitiria a exportação em trajeto mais curto do H2V à Europa e pela abundância de fontes limpas de energia, como eólica e solar.
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