Caminhos para a transição energética da Amazônia.
A transição para fontes renováveis na Amazônia é mais urgente do que parece. Apesar da sua imensa rede de rios e um sol abundante, a região é altamente dependente do uso de termelétricas movidas a diesel, que geram custos elevados, além, é claro, do alto impacto ambiental. Em 2024, os subsídios para esses sistemas chegaram a R$ 11 bilhões. Soluções como painéis solares, biomassa e pequenas centrais hidrelétricas podem substituir essas fontes poluentes, reduzindo custos e emissões de gases de efeito estufa. Estudos indicam que a Amazônia tem potencial para gerar mais de 100 GW de energia solar e 15 GW de biomassa, o que superaria a demanda regional.
O investimento inicial para a implementação de renováveis ainda é elevado, e há resistência de grupos econômicos ligados ao setor de combustíveis fósseis, que se beneficiam dos subsídios atuais. Porém, é possível criar um plano de transição para eliminar gradualmente subsídios às termelétricas e redirecionar os recursos para a expansão de renováveis. Desenvolver políticas de financiamento acessível para pequenos e médios produtores de energia solar e biomassa. Incentivar a fabricação nacional de equipamentos solares e de armazenamento, reduzindo a dependência de importações.
Os consumidores do Norte e Nordeste enfrentarão aumentos nos encargos setoriais até 2030, tornando ainda mais necessária uma reforma nos subsídios cruzados. Hoje, o custo da energia na Amazônia é pressionado por altos encargos, pela dependência de combustíveis fósseis e pela alta taxa de “perdas de energia”. Reduzir estruturalmente esses custos, alavancar investimentos privados e melhorar a regulação são medidas fundamentais para baratear a eletricidade e torná-la mais acessível.
Obviamente, a retirada súbita dos subsídios pode gerar impactos sociais negativos, aumentando o custo da eletricidade para populações mais vulneráveis e dificultando a substituição da matriz energética. A falta de previsibilidade regulatória também pode desestimular investimentos privados em geração renovável.
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