Com marco regulatório, associação estima produção de energia eólica em alto-mar a partir de 2030.
A presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Elbia Gannoum, expressa sua expectativa de que o Brasil aprove o Projeto de Lei 576/2021 até o final de 2023. O projeto, de autoria do ex-senador Jean Paul Prates (PT-RN), estabelece o marco regulatório para a exploração do potencial de energia eólica, solar e das marés em alto-mar (offshore). O projeto já foi aprovado no Senado Federal em 2022 e atualmente está em deliberação na Câmara dos Deputados.

Elbia destaca que a tecnologia offshore ainda está em desenvolvimento no Brasil, mas já é consolidada comercialmente em outros países. Por isso, ela ressalta a importância de acelerar algumas etapas para evitar que os investidores optem por outros mercados. A obtenção de um marco regulatório é o primeiro passo, pois a produção de energia eólica offshore requer uma regulação específica e autorização da União. Ela enfatiza a aposta na aprovação da lei no Congresso Nacional este ano e a subsequente elaboração de decretos e portarias para regulamentar a produção.

A energia eólica offshore apresenta várias vantagens, de acordo com o Grupo Iberdrola, uma das principais empresas do setor energético mundial. Além de ser uma fonte renovável, inesgotável e não poluente, a energia eólica offshore possui um recurso eólico superior ao encontrado em terra. Além disso, tem baixo impacto visual e acústico, e o transporte marítimo é mais fácil em comparação com o terrestre.

Para tornar esse modelo sustentável no Brasil, Elbia Gannoum destaca a necessidade de adaptações estruturais, como a preparação dos portos brasileiros para receber os projetos e a expansão das linhas de transmissão no sistema. No entanto, ela ressalta que o principal desafio é o mercado, uma vez que a oferta de projetos renováveis atualmente supera a demanda do país.

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