Como um sequestro pode ter freado a evolução da energia solar em 1905.
Em um artigo escrito para o The Conversation, a pesquisadora Sugandha Srivastav fala sobre George Cove, inventor canadense e um dos primeiros empreendedores do setor de energias renováveis.
Dono da Sun Electric Generator Corporation, Cove inventou painéis solares domésticos, bastante parecidos com os que são instalados nas casas hoje em dia, e possuia capital de US$ 5 milhões – algo como US$ 160 milhões ou R$ 810 milhões, em valores atuais).
As coisas iam bem para o inventor, que tinha sua ideia de painéis solares sendo divulgada pela imprensa já no ano de 1909. A revista americana Modern Eletrics, por exemplo, destacou que a energia solar barata seria capaz de libertar as pessoas da pobreza, “trazendo luz, aquecimento e energia a baixo custo e liberando as pessoas da luta constante pelo pão”.
Em outubro daquele mesmo ano, no entanto, Cove foi sequestrado. De acordo com notícia publicada no jornal The New York Herald, para que fosse liberto, o empresário precisaria desistir da sua patente solar e fechar sua empresa, o que se recusou a fazer.
Eventualmente, o inventor foi liberto perto do zoológico do Bronx, em Nova York. Seus negócios com energia solar, no entanto, passaram a fracassar, o que, segundo Srivastav, era estranho, uma vez que “nos anos anteriores ao sequestro, ele havia desenvolvido diversos modelos do aparelho solar, cada um mais avançado que o outro”.
“Não posso afirmar com certeza se havia interesses ocultos envolvidos”, ela escreveu, contando que, na época, Cove foi acusado de forjar seu próprio sequestro para conseguir publicidade. Já de acordo com outras fontes, um antigo investidor poderia estar envolvido no caso.
De acordo com Srivastav, caso a pausa de 40 anos jamais tivesse acontecido e o mundo seguisse um lugar em que a energia solar competisse com os combustíveis fósseis desde o princípio, ela teria superado o carvão no ano de 1997.
A sua energia é o nosso negócio.