Consumir energia mais limpa não significa, necessariamente, ter uma casa que receba eletricidade de um sistema com menor poluição e impacto à natureza, como a energia solar ou a eólica. É o que afirma Rodolfo Gomes, diretor executivo da ONG International Energy Initiative (IEI). Segundo ele, “a energia mais limpa que existe é aquela que não é desperdiçada”.
Segundo Gomes, reduzir o consumo energético nas residências provoca uma repercussão positiva em toda a cadeia de eletricidade, chegando até as usinas geradoras. Para compreender esse fenômeno, antes, é necessário conhecer o caminho da energia elétrica.
No Brasil, a grande massa de energia é produzida em usinas espalhadas pelo território nacional. Após a geração, as linhas de distribuição transportam a carga elétrica para as distribuidoras locais, que abastecem a região que atendem. Esse sistema se chama Geração Centralizada de Energia e permite que o país esteja interligado.
Há benefícios no modelo. Por exemplo, se uma usina não consegue produzir energia suficiente em um determinado período, como hidroelétricas em época de estiagem severa, o abastecimento daquela área pode ser feito por outra usina, de outro local do Brasil.
O que é Eficiência Energética?
Entretanto, no transporte de eletricidade há perdas naturais no caminho. Rodolfo diz que, para uma residência receber 80 KWh (quilowatt-hora), é necessário produzir 100 KWh, pois entre 18% e 20% da energia é perdida no transporte da usina até as residências. Esse extravio é natural: os sistemas condutores tendem a dissipar parte dos elétrons durante o percurso. Porém, é possível diminuir o prejuízo com ações no espaço doméstico.
O primeiro passo para a eficiência energética é pensar em tecnologias e como otimizar o quanto elas consomem eletricidade para funcionar. A tecnologia empregada nos equipamentos tem potencial de transformá-los em mais eficazes, ou seja, consumir menos energia e entregar a mesma ou superior qualidade de serviço desejado.
A sua energia é o nosso negócio.