Energia eólica perde competição para solar e setor enfrenta crise de demanda para novos empreendimentos.
Uma nota da Aeris Energy, fabricante de pás eólicas, no Complexo do Pecém comunicou nesta segunda-feira (13) a demissão de 1.500 funcionários da empresa depois do fim do contrato com a Siemens Gamesa, empresa hispano-alemã .
Não foi um fato isolado. Embora nos documentos do Governo da geração energia eólica ainda seja uma dos destaques da capacidade do Brasil de produzir energia limpa e renovável o fato é que a competitividade da energia eólica se acentuou com a instalação de cada vez mais plantas de energia solar de modo que os preços despencaram e fizeram os investidores reverem todos os seus projetos especialmente no Nordeste para onde foram levados os maiores parques brasileiros.
O problema é que a geração de energia eólica entrou no Brasil no ambiente regulado, com subsídios e contratos longos. Isso deu perspectivas, mas com o crescimento do mercado livre os preços para quem não estava protegido despencaram enquanto crescia a produção de um concorrente de peso. A energia solar e sua geração distribuída por milhões de tetos de residências em empresas além das plantas de geração de grande porte.
Em 2023, a geração de energia solar foi de 38 GW com 26 GW deles em geração distribuída, além dos 11GW de geração centralizada em grandes parques, parte deles debaixo dos terrenos locados para as torres de eólicas. Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) estão outorgados mais de 144 GW de projetos de geração de energia.
Isso não quer dizer que a produção de energia eólica tenha ficado inviabilizada. Tanto que o grande debate no setor é a definição das regras de produção offshore que podem suportar a futura demanda de geração de hidrogênio verde. Embora ainda não esteja resolvida uma questão básica para o uso do H2V que é o seu preço final de modo a justificar o uso de energia renováveis.
A sua energia é o nosso negócio.