Enfrentar as mudanças climáticas exige que a transição energética, econômica e social seja justa.
Até 2050 passaremos por um complexo processo de transição para lidar com as mudanças climáticas. Quando se aborda o termo “transição” relacionada à mudança do clima, é comum enfocar a ideia de passagem para uma economia de baixo carbono ou descarbonizada e, principalmente, implementar a transição energética. É essencial que esse processo ocorra sob a premissa de que não é aceitável que as situações de injustiça e desigualdade, tanto internamente quanto entre países, permaneçam as mesmas ao final dele. Se negligenciarmos essa questão, perderemos a maior oportunidade do século.
Por isso, é necessário promover uma transição justa. No entanto, o conceito de “transição justa” abrange diversas perspectivas. A discussão sobre este conceito, alinhada à ideia de “não deixar ninguém para trás”, surgiu de sindicatos e organizações de trabalhadores em países desenvolvidos, preocupados com a possibilidade de perderem seus empregos em decorrência de um processo de transição econômica e energética que desincentivasse e eventualmente até proibisse atividades altamente emissoras de carbono, como a de exploração de carvão mineral e de petróleo e derivados.

Os países ricos têm ressaltado a importância da transição justa no contexto da força de trabalho. Durante as negociações no âmbito da ONU para o clima, eles argumentam que somente por meio de esforços conjuntos que garantam uma transição justa, nos termos mencionados, eles poderão aumentar suas ambições de redução de emissões. Justificam que precisam realizar essa transição enquanto garantem a disponibilidade de trabalho e emprego para parcela de sua população que depende de atividades atualmente consideradas insustentáveis.

A sua energia é o nosso negócio.