Estudo mostra que o Brasil pode ser um “gigante” no mercado de carbono.
Um levantamento “Unlocking Brazil’s Green Potential” (Desbloqueando o Potencial Verde do Brasil, em tradução livre), da consultoria WayCarbon, que entre os três países com maior área florestal do mundo (Brasil, Indonésia e República Democrática do Congo), o grupo chamado de “Opep das florestas”, colegas africanos e asiáticos estão captando mais investimentos, pontua Henrique Pereira, diretor de operações do escritório brasileiro e um dos autores do levantamento.
Calcula-se que, na última década, os investimentos em projetos de carbono no mundo totalizaram R$ 177,5 bilhões, sendo que R$ 37 bilhões tiveram a América Latina como destino.
A potência brasileira para abocanhar uma parcela maior dessa receita vem de seu portfólio, uma área passível de restauração e preservação maior do que a de seus concorrentes no mercado de carbono. Para conservação florestal são, em tese, 860 milhões de toneladas de carbono por ano possíveis de serem emitidas como créditos, o dobro do potencial da Indonésia, a segunda colocada neste ranking de Soluções Baseadas na Natureza com escala suficiente para se transformarem em projetos de carbono. Para restauração florestal, o potencial do Brasil em projetos considerados custo-efetivos é de 288 milhões de toneladas de carbono.
O país tem 30 projetos registrados no Mercado Voluntário de Carbono, onde empresas tomam a livre iniciativa, e mais 58 em processo de registro, segundo monitoramento da WayCarbon. Considerando os 88 projetos, o potencial é de 34 milhões de créditos de carbono ao ano. Considerando que cada crédito corresponde a uma tonelada de CO2 equivalente, há muita margem para crescer.
No caso de projetos agrícolas o desafio está no monitoramento. Se o carbono não valer mais que US$ 25 (R$ 123), por exemplo, um projeto de agricultura regenerativa ‘não vira’ no Brasil. Hoje gira em torno de US$ 10 (R$ 49).
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