Exportadores de petróleo se reúnem neste fim de semana — e mexem com o mercado de energia limpa.
Os movimentos do mercado de petróleo nos últimos anos oferecem algumas pistas. O barril de petróleo atingiu seu preço recorde de todos os tempos em 2008, aos US$ 147, teve outro período de alta histórica próxima de US$ 110, de 2011 a 2013, e mais uma alta histórica acima dos US$ 130 entre 2020 e 2022. Essa última alta ocorreu por vários fatores, incluindo a invasão da Ucrânia pela Rússia.
O petróleo barato tem um efeito favorável à transição, por tornar o negócio de combustíveis fósseis menos interessante para empresas e países produtores, que seriam assim empurrados a procurar alternativas de receita com fontes de energia limpas (o lado negativo, no curto prazo, é que o preço baixo aumenta o consumo). O petróleo caro também tem um lado negativo — o preço alto incentiva a exploração de mais petróleo –, mas igualmente favorece a transição, pois força empresas e países consumidores a buscar alternativas limpas. “Preços altos – e a consequente bonança financeira – poderiam levar governos e petroleiras a agir pensando no longo prazo e aumentar seus investimentos em energia renovável”, afirmou no ano passado a consultoria britânica Oxford Business Group. Diante desses sinais contraditórios, porém, um terceiro fator acelera a transição: preços de petróleo oscilantes.
Essa foi a conclusão de uma pesquisa feita em 2020 pela Universidade de Portsmouth, no Reino Unido, que avaliou os investimentos em energia renovável em países africanos.
Energias renováveis, embora frequentemente ainda mais caras que as fósseis, têm uma característica que as torna muito atrativas num mundo com alta volatilidade de preços de combustíveis.
A sua energia é o nosso negócio.