Hidrogênio verde pode transformar Brasil em potência global.
A consultoria Roland Berger estima que o Brasil pode faturar R$ 150 bilhões anualmente até 2050, sendo dois terços desse montante vindos de exportação. E o principal mercado de olho nessa promessa é o europeu: em julho, a Comissão Europeia anunciou investimentos de 2 bilhões de euros em parcerias para produção do componente no Brasil.
Em tese, um novo relatório financiado pelo governo alemão e realizado pela consultoria Fraunhofer ISE reforça essa visão, já que coloca o Brasil – mais especificamente, o Rio Grande do Norte – como a região de maior potencial para fornecer hidrogênio verde líquido para a Europa em 2030, à frente de polos na Colômbia e na Austrália. Mas o estudo deixa claro que ainda falta muito para o país estar pronto. A seu favor, o RN teria abundância de parques eólicos, custo de capital mais baixo, um bom aeroporto internacional e distância relativamente pequena da Europa (na comparação com a Ásia).

Mas, para permitir a exportação de hidrogênio líquido, o porto de Natal teria que ser ampliado e reformulado, e sua localização atual não favorece essa expansão – o que aponta para a necessidade de construção de outras instalações. A regulação do mercado interno também é um ponto crítico. E, no longo prazo, será necessário prestar atenção no custo do capital, que está atrelado à situação política do país.

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