Hidrogênio verde tem potencial de “limpar” indústria do aço — com o Brasil em papel de destaque, aponta estudo alemão.
Se a indústria siderúrgica mundial fosse um país, suas emissões somariam os gases de efeito estufa produzidos por China e Estados Unidos combinados, cerca de 40% do total global. Com tamanho potencial para acelerar as mudanças climáticas e suas consequências, o setor precisa mudar radicalmente para manter-se dentro de metas compatíveis com os 1,5°C de aquecimento global acordados em Paris, em 2015, e com isso, levar o mundo a reboque.
Na visão de um novo estudo alemão, a resposta pode ser resumida em duas palavras: hidrogênio verde. O combustível, livre de carbono, pode servir para alimentar a fundição do minério de ferro em vergalhões, produzindo assim um “aço verde”, potencialmente livre de emissões em sua produção.
A pesquisa do think tank Agora Industry, em conjunto com o Wuppertahl Institute, “15 insights para a transformação global do aço” (tradução livre), defende que, em vez de se concentrar em exportar hidrogênio verde puro, países como o Brasil, segundo maior produtor de minério de ferro do mundo (22% de participação no mercado), com um campo promissor na produção de energia limpa, deveriam incorporar a matriz energética livre de carbono aos seus produtos, tornando-se exportadores do aço com o valor agregado “verde”.
Em comparação com o cenário em que esses países exportariam minério de ferro e hidrogênio e seus derivados por navio, a exportação de ferro verde poderia permitir um ganho de cerca de 16% em empregos empregos locais e um aumento de 18% no valor agregado, afirma a pesquisa.

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