Indígenas lançam manifesto pelo fim dos combustíveis fósseis.
“Nosso debate é para que a transição energética seja de fato justa, e não mais uma forma de exploração dos nossos territórios.”

A fala da líder indígena Luene Karipuna resume o manifesto lançado na 4ª feira (25/4) no Acampamento Terra Livre (ATL), que acontece em Brasília, com as demandas dos Povos Originários para uma transição energética justa e o fim da exploração de combustíveis fósseis no Brasil. O documento cobra a definição de uma data para o fim da produção de petróleo e gás fóssil e investimentos na transição justa, popular e inclusiva. Esse novo modelo energético, lembram, é condição fundamental para garantir que o mundo se mantenha dentro das metas climáticas do Acordo de Paris.

A carta de reivindicações foi organizada pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB) e a Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste e Minas Gerais (APOINME). O manifesto foi lançado após dois debates realizados na quarta-feira sobre os impactos da extração de petróleo e gás fóssil nos Territórios Indígenas e as perspectivas indígenas sobre a transição energética na Amazônia.

“O avanço da exploração de petróleo e gás no país nos coloca na contramão dos esforços globais de combate às mudanças climáticas. Se o Brasil quer liderar pelo exemplo, precisa fazer a lição de casa. É justamente em nossos territórios que se encontram as bases para a construção do mundo pós-carbono, que necessariamente passa por uma transição energética justa e popular”, diz o documento.

Os Povos Indígenas são guardiães de mais de 20% do que restou da vegetação nativa do país, mostra o MapBiomas. No entanto, Territórios Indígenas seguem sendo visados para novos projetos de exploração de combustíveis fósseis.

A sua energia é o nosso negócio.