A Agência Internacional de Energia (AIE) afirmou nesta quinta-feira, 27, que, em consequência da invasão da Ucrânia pela Rússia, as emissões mundiais de gases do efeito estufa vinculadas à energia devem alcançar o pico em 2025, após o aumento dos investimentos em energias renováveis provocado pela “profunda reorientação” dos mercados energéticos.

A oito dias do início da Conferência Mundial sobre o Clima COP27 no Egito, a agência, no entanto, adverte para “divisões” entre países ricos e pobres em termos de investimentos nas energias com baixa emissão de carbono e pede “maior esforço internacional para reduzir a preocupante diferença”.

“As respostas dos governos de todo o mundo a esta crise de energia indicam um ponto de virada histórico”, afirmou o diretor da AIE, Fatih Birol, em uma entrevista coletiva na qual examinou o relatório anual da agência de 2022.

“Esta crise acelerou efetivamente a transição para a energia verde”, acrescentou.

“Os mercados de energia e as políticas públicas mudaram desde a invasão russa da Ucrânia, não apenas para o presente, e sim para as próximas décadas”, afirmou Birol no relatório.

Embora existam países que buscam aumentar ou diversificar o abastecimento de petróleo e gás — combustíveis fósseis que emitem muito CO2 —, muitos estudam acelerar mudanças estruturais na direção de energias limpas, aponta a agência, vinculada à Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE).

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