Mercados de carbono globais e no Brasil.
Para restringir o aumento de temperatura global a 1,5°C, é necessário reduzir as emissões globais a um ritmo de cerca de 5% ao ano e capturar o remanescente de emissões de 14 Gt CO2e, correspondente a 25% das emissões globais de 2021 ou a totalidade de emissões da China no mesmo ano. Considerando os acontecimentos globais e as tendências atuais de redução de emissão, o cenário em que se restringe o aumento de temperatura a 2,5°C tem se mostrado mais provável, mas ainda assim constituiria um grande desafio reduzir cerca de 1% das emissões ao ano.
A Europa e os outros 10 países mais emissores – China, Estados Unidos, Índia, Rússia, Brasil, Indonésia, Japão, Irã, Arabia Saudita e México – representam aproximadamente 75% das emissões globais. A maior parte dessas regiões já possuem instrumentos de precificação reguladas vigentes ou em consideração, com exceção de Índia, Rússia, Irã e Arábia Saudita, que representam 15% das emissões globais. Nos últimos anos, o mercado regulado de carbono teve uma evolução relevante, passando de uma cobertura de 5% das emissões globais em 2010 para mais de 23% em 2023.
O preço médio do carbono deve seguir em tendência de crescimento, especialmente em mercados regulados, atingindo entre US a 280/tCO2e em 2050, um aumento de 3 a 5% ao ano no preço médio global, que hoje já gira em torno de US/tCO2e. Entretanto, é relevante ressaltar que os preços variam entre cada território e, enquanto alguns preços na Europa já ultrapassam os 100 dólares, a média nos países em desenvolvimento é de apenas 3 dólares.
O Brasil tem um grande potencial para se beneficiar com o avanço dos instrumentos de precificação de carbono. O país, embora seja responsável por cerca de 4% das emissões mundiais, está em uma posição privilegiada para geração de soluções de baixo carbono, em especial devido à matriz energética renovável e ao potencial das soluções baseadas na natureza.
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