O papel do sistema de transmissão na transição energética e o crescimento da demanda no Brasil.
O sistema de transmissão de energia elétrica desempenha papel crucial na viabilização do crescimento econômico dos países. Recentemente, o Brasil tem presenciado um movimento crescente por pedidos de conexões de carga à rede.
Para viabilizar esses projetos, é necessário garantir sua conexão ao sistema de transmissão. No entanto, o Sistema Interligado Nacional (SIN) não foi planejado para comportar grandes cargas em pontos específicos da rede. Diante disso, o Estado, por meio de entidades como a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o Ministério de Minas e Energia (MME) e a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), tem trabalhado para viabilizar tais conexões com cautela, a fim de evitar um aumento excessivo de custos aos consumidores.
Para efeito de comparação, a maior carga conectada atualmente ao SIN é de 800MW. Esse cenário revela a inadequação do sistema para acomodar grandes volumes de energia de forma rápida e segura. Contudo, não é viável que o governo implemente novos ativos de transmissão para os novos projetos sem garantias de que estes se concretizarão, pois há um risco significativo de especulação na solicitação de conexões e de reserva indevida de capacidade.
Atualmente, a fila de acesso à conexão de carga segue o critério de “first-come, first-served”, onde o primeiro a solicitar a conexão tem prioridade. Isso pode levar a situações similares à “Corrida do Ouro”, nas quais projetos sem real viabilidade acabam reservando capacidade sem custos adicionais prejudicando potenciais consumidores mais comprometidos. Diante disso, é fundamental repensar o processo de acesso à rede, evitando que ele prejudique a expansão eficiente do SIN.
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