O que falta para o Brasil investir na produção de energia eólica no mar.
Com cadeias maduras de suprimento de energia eólica em terra firme, o Brasil se prepara para desbravar também o potencial dos ventos marítimos. Por meio das chamadas eólicas offshore, em que os geradores são instalados no mar, o país pode ampliar a capacidade de produção energética movida por ventos em 3,6 vezes, segundo um estudo da Confederação Nacional da Indústria, a CNI.
O Nordeste se destaca como a região com maior potencial de exploração dos ventos do alto-mar. Hoje a região já responde por 90% da produção nacional de energia elétrica de fonte eólica. Para o Brasil acelerar na implantação de parques eólicos offshore, no entanto, falta a definição de um arcabouço de regras.
Um passo importante nesse sentido foi dado no final de novembro, com a aprovação do marco regulatório da energia eólica offshore pela Câmara dos Deputados.
Agora, a nova legislação aguarda o aval do Senado. A expectativa é que os senadores também deem o sinal verde para a regulamentação, considerada fundamental para a criação de uma estrutura jurídica do setor.
O projeto de lei 11 247, concebido em 2018, que estabelece o marco regulatório das eólicas offshore, permite a outorga pelo governo de áreas marítimas para a exploração da atividade.
Ao mesmo tempo, o mercado se movimenta para acelerar os investimentos nessa nova fronteira de produção de energia. O Ibama, responsável pela concessão de licenças ambientais para projetos dessa natureza, já recebeu pedidos para a liberação de parques eólicos no mar com potencial para gerar 200 gigawatts de energia. Até outubro, o órgão havia registrado o recebimento de autorizações para 78 projetos de eólicas offshore.
Em 2022, segundo dados da Agência Internacional de Energia, do total de 900 GW de capacidade eólica instalada no mundo, 93% correspondiam a sistemas onshore e os restantes 7% a parques eólicos offshore.

A sua energia é o nosso negócio.