Os desafios da transição energética no Brasil.
O desequilíbrio provocado pelas mudanças climáticas em todo o mundo é cada vez mais palpável, evidenciado não apenas pelos estudos científicos ou ocorrências de eventos extremos, mas já está claramente perceptível em aspectos banais do dia a dia, como comportamentos atípicos das estações do ano ou aumento expressivo no preço de certos alimentos. Diante desse cenário, especialistas insistem que um empenho mais efetivo dos países para acelerar a transição energética é fundamental. As mudanças climáticas são provocadas pelo aumento extraordinário das emissões de gases de efeito estufa, que há décadas vêm alterando a composição da atmosfera e aumentando as temperaturas globais.
A maior fonte de emissões é a queima de combustíveis fósseis para geração de energia, por isso a ciência é categórica em apontar a necessidade de substituir definitivamente petróleo, carvão mineral e gás natural por alternativas limpas. O setor de energia engloba geração de eletricidade, transportes e indústria, e fazer a transformação energética implica adaptar parte da infraestrutura existente.
O Brasil é um dos países mais avançados nesse processo, principalmente por ter, historicamente, as hidrelétricas como principais fontes de eletricidade. Segundo a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), no último mês de julho, 84,6% da eletricidade gerada no Brasil teve como origem fontes renováveis, com predominância de fonte hídrica (53,9%), eólica (15,2%) e biomassa (8,3%). Entre as fontes não renováveis, 14,4% da energia foi gerada por combustíveis fósseis e 1% vem das usinas nucleares
Mas essa matriz limpa está relacionada apenas à produção de energia. Quando se fala em matriz energética como um todo, é preciso considerar também as fontes usadas para cozinhar, como carvão e gás natural, e para se deslocar, como gasolina ou óleo diesel. E, neste caso, ela não é tão limpa assim.
A sua energia é o nosso negócio.