Países africanos querem partilha equitativa dos benefícios da extração de minerais utilizados para energia limpa.
Para que o mundo cumpra o objetivo de limitar o aquecimento global abaixo de 2ºC e, idealmente não mais que 1,5ºC, em comparação com a condições pré-industriais, serão necessários milhares de milhões de toneladas de minerais de transição utilizados para construir tecnologias de energia renovável, como centrais solares, parques eólicos e veículos elétricos.

A África detém reservas substanciais desses elementos – por exemplo, mais da metade do cobalto e manganês do mundo e 92% da platina são encontrados no continente. E a alta demanda por eles é uma oportunidade para os países da região.
Na Assembleia da ONU, que está sendo realizada no Quênia, as nações africanas detalharam que acordos que promovam transferências de tecnologia e aumentem as capacidades de processamento e as competências da força de trabalho dos países locais são necessários para uma transição equitativa.
Para se ter uma ideia, a região exporta cerca de 75% do seu petróleo bruto e 45% do gás natural. E, localmente 600 milhões de pessoas não têm acesso à eletricidade. “Precisamos garantir que a industrialização aconteça aqui e que não estamos apenas a servindo ao plano de industrialização de outro continente”, observou Seble Samuel, chefe das campanhas e defesa da África na iniciativa do tratado de não-proliferação de combustíveis fósseis.
Inger Andersen, diretora executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), fez um apelo aos governos e às empresas para que utilizem minerais de origem responsável na sua transição para energia limpa, e. aos países ricos em minerais, para que celebrem acordos contratuais que os protejam contra “modelos coloniais” de exploração de recursos e de trabalho.

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