O avanço do aquecimento global e a crescente pressão de investidores e de outros grupos da sociedade civil por práticas mais sustentáveis têm levado grandes empresas da indústria de petróleo a acelerar investimentos em direção à transição energética.

Participantes da Rio Oil & Gas foram unânimes em dizer que, embora lento e gradual, este é o caminho viável para o setor no médio e longo prazos. Segundo pesquisa da consultoria McKinsey, o setor de óleo e gás é responsável por 9% de todas as emissões de gases de efeito estufa (GEE) no mundo, e os combustíveis produzidos por ela respondem por mais de 33% das emissões globais.

A preocupação das empresas com as emissões ganhou relevância com a assinatura do Acordo do Clima de Paris em 2015 por quase 200 países, incluindo o Brasil. E ganhou fôlego após compromisso da União Europeia, firmado em 2018, de neutralizar emissões até 2050. A necessidade de segurança energética pós-pandemia e a guerra na Ucrânia tornou o compromisso um desafio global ainda maior.

Por isso, grandes petroleiras têm priorizado investimentos em projetos de descarbonização e energias renováveis, seja por meio do uso de tecnologias de baixa emissão ou da ampliação da carteira de fontes de energia. Os projetos colocam o Brasil como região estratégica para a transição energética, sendo inclusive visto por executivos como o país com potencial para liderar esse movimento.

— O Brasil tem todos os ingredientes para liderar a transição energética, com ambiente fiscal estável, bons parceiros, pessoas capacitadas — disse o presidente da ExxonMobil, Alberto Ferrin, durante painel no evento.

Segundo Ferrin, a companhia irá investir US$ 50 milhões para encontrar soluções para zerar emissões de CO2.

A norueguesa Equinor quer direcionar 50% de seus investimentos brutos em 2030 para geração renovável e soluções de baixo carbono. O objetivo é tornar a empresa neutra em emissões até 2050. Em setembro, começou a substituir o diesel pelo gás natural para geração de energia nas operações do campo de Peregrino, na Bacia de Campos, no Rio. Com isso, espera evitar 100 mil toneladas de emissões por ano.

Barco híbrido
A empresa ainda anunciou na Rio Oil & Gas que terá o primeiro barco híbrido em águas brasileiras no primeiro trimestre de 2023. O contrato de entrega firmado entre a Equinor e o grupo CBO prevê a conversão de três embarcações do tipo PSV (Platform Supply Vessel) — que transportam suprimentos e equipamentos do continente até unidades offshore (em alto mar) — para o modelo híbrido, que vai usar baterias elétricas. Com isso, haverá corte de até 40% de emissões de CO2 dos barcos.

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