Sob calor intenso, cidade na Espanha usa antiga tecnologia persa e energia solar que reduzem temperatura em até 10°C.
Sevilha é uma das cidades europeias que sofrem com o calor extremo nesse verão do hemisfério norte. Com temperaturas batendo em 42ºC, muitos cidadãos fazem de tudo para evitar sair às ruas e cozinhar sob o sol. Mas há um espaço na cidade que pode prover um importante refresco à população e que se vale de uma técnica inspirada em tempos antigos da civilização persa.

O espaço é o CartujaQanat, um experimento arquitetônico em soluções de resfriamento que não depende da queima de combustíveis fósseis. O terreno, do tamanho aproximado de dois campos de futebol, inclui dois auditórios, espaços verdes, um passeio e uma área sombreada com bancos. E como? Por meio do qanat, uma rede de canos e tubos subterrâneos que pode reduzir as temperaturas circundantes em até 10°C usando apenas ar, água e energia solar. Ele já foi parcialmente finalizado, e atualmente depende da solução de um imbróglio político para enfim funcionar.
O sistema é modelado à semelhança de antigos túneis cavados para levar água a campos agrícolas que foram documentados pela primeira vez na Pérsia – hoje Irã. Os persas perceberam há mil anos que a água corrente também esfriava o ar nos canais, e então criaram canais verticais para trazer esse ar para a superfície.
O CartujaQanat foi projetado por pesquisadores da Universidade de Sevilha, com custo estimado em 5 milhões de euros. No sistema de resfriamento, a água corre por um aqueduto do lado de fora, que passa por painéis solares no telhado e em tanques gigantes no subsolo. O contato com as temperaturas mais baixas resfria a água, enquanto o circuito fechado minimiza o desperdício.

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