Transição energética e o impacto sobre a economia de um país.
Não há precedente no Brasil de um ministro da economia falar com tanta propriedade sobre energia e transição energética como nas falas do Ministro Fernando Haddad durante o Fórum Econômico Mundial e na reunião na FIESP.

No Brasil, normalmente, esse tema é monopolizado pelo Ministério de Minas e Energia, que se consolidou nos anos 60 e 70 pela gestão setorial do Plano Nacional de Desenvolvimento, no objetivo de expandir o petróleo, buscar a autonomia nacional e construir as principais hidrelétricas no país.
Ao contrário do Brasil, em boa parte do mundo desenvolvido o tema energia está no âmbito de responsabilidade dos ministros da economia.

Este é o ponto interessante, Haddad mostrou visão sistêmica, pois o desenvolvimento do setor energético vai além da produção de energia, vai além de se preocupar com a oferta de mega ou giga watts hora, implica especialmente no quanto as diferentes cadeias produtivas e setores da economia são impactados pelos preços dessa oferta.

O ministro falou tudo em poucas frases, apresentou uma visão clara e objetiva, especialmente sobre o papel das renováveis e seu uso descentralizado no país, seu potencial na reindustrialização verde, seja no desenvolvimento e reconversão da cadeia energética, como seu desdobramento para outros setores, estímulo ao investimento e atração de indústrias.
Daí a necessidade de termos ministros atentos ao tema e políticas públicas consistentes, que efetivamente estimulem o país à transição energética e, ao mesmo tempo, deem maior competitividade às cadeias produtivas beneficiárias e nos conduzam ao melhor desempenho da economia e estabilidade inflacionária.

A sua energia é o nosso negócio.